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Jorge Perestrelo: O icónico comentador desportivo



Jorge Perestrelo foi um dos mais icónicos comentadores desportivos em Portugal, deixando uma marca indelével na história da rádio e do futebol em particular. A sua trajetória é uma verdadeira história de sucesso, talento e dedicação ao desporto de um homem que quis partilhar a sua paixão com os outros e que se tornou uma verdadeira lenda na rádio portuguesa. Ele será para sempre recordado como um dos maiores comentadores desportivos de Portugal e como uma inspiração para todos aqueles que amam o desporto e a comunicação.


A carreira de Jorge Perestrelo

Jorge Perestrelo nasceu em 1948 na cidade de Lobito, em Angola. Começou a trabalhar no Rádio Clube do Lobito, antes de passar para o Rádio Clube do Moxico e pela Rádio Comercial Sá da Bandeira. Em 1975 viajou para o Brasil e, dois anos volvidos, foi para Portugal, onde deu voz a relatos na Rádio Comercial e no Rádio Clube Português, antes de chegar à TSF. A partir de 2003 colaboraria com a SIC.

Para muitos portugueses, Jorge Perestrelo era muito mais do que um simples comentador desportivo - era uma verdadeira referência cultural. A sua voz inconfundível tornou-se sinónimo de entusiasmo e paixão pelo desporto, e as suas análises dos jogos eram consideradas por muitos como insubstituíveis.


Mas Perestrelo não era apenas um grande comunicador - ele também era um grande apaixonado pelo futebol, e essa paixão era evidente em tudo o que fazia. Ele não só conhecia o jogo profundamente, como também se dedicava a estudá-lo e a analisá-lo com uma profundidade que poucos conseguiam igualar. Essa combinação de paixão, conhecimento e dedicação fez dele um comentador único e inimitável.


A sua voz era grave, cheia de força e com um poder vocal que ia daqui até à China. Era das vozes que não enganavam. Mesmo que não se soubesse de quem vinha, reconhecia-se à primeira, soava a familiar. E a culpa estava nos golos. Dos mil e um que relatou, à boleia de gritos, de entusiasmo e de um ritmo que lhe dava o dom de cativar todo e qualquer ouvido. Era aí, no golo, no momento em que o futebol celebra, que mais encantava. Como fez em 2004, no Estádio da Luz, quando viu Ricardo, um guarda-redes, a marcar a outro, ao da Inglaterra, quando a seleção nacional ganhou nos penáltis nos quartos-de-final do Europeu. Aí não gritou golo — berrou “Portugal! Portugal! Portugal!” até a voz lhe falhar.

Infelizmente, Jorge Perestrelo faleceu em 2005, após uma paragem cardíaca irreversível, deixando um vazio imenso na rádio e no mundo do desporto em Portugal. Mas o seu legado permanece vivo, e muitos ainda recordam com carinho as suas narrações emocionantes e as suas análises inteligentes e perspicazes dos jogos.


Foram 56 anos a relatar com um estilo “emocionado, vibrante e muito alegre”, como chegou a descrever Emídio Rangel. “A maneira de narrar o futebol, as palavras que inventou para descrever toda a emoção no futebol, morrem com ele, sem dúvida. Ele é inimitável”, acrescentaria o fundador da SIC.


As icónicas expressões

Jorge Perestrelo deixou muitas expressões memoráveis que se tornaram parte da cultura popular em Portugal, especialmente no que diz respeito ao futebol. Algumas das suas expressões mais famosas incluem:


"Golo, golo, golo, golo, golo, golo, golo, golo, golo, golo, golo, golo, golo, golo, golo!"


"Está lá dentro!"


"Ai Jesus!"


"É disto que o povo gosta!"


"Ripa na rapaqueca!"


"O que é que é isso, ó meu?"


"Ai, valha-me Deus!"


"Aqui está um jogo de futebol!"


As suas frases tornaram-se parte da cultura popular e continuam a ser lembradas e repetidas pelos fãs de futebol em todo o país.


Depois da morte de Jorge Perestrelo, vários comentadores desportivos em Portugal emergiram como principais vozes do desporto, cada um com o seu próprio estilo e abordagem. Mas o legado de Jorge Perestrelo na rádio portuguesa ficará para sempre.

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